sábado, 8 de agosto de 2009

A Tragédia de Hamlet

Hamlet dormia até a chegada de Paola, ela trabalhava de madrugada, na maioria das vezes transavam, em outras estava cansada demais para isso. Nestes casos ele ficava deitado e tentava dormir mais um pouco, porém a presença daquele corpo quente e macio ao seu lado dificilmente permitia o sono. Ficava analisando cada curva e textura do corpo de sua companheira com um tesão crescente fadado ao desperdício. Paola não era uma mulher propriamente longitudinal, possui a medida exata para deitar encoxada no corpo de Hamlet, mas seus quadris e coxas eram bem mais generosos. Hamlet então, permanecia deitado agarrado ao corpo dela, entrincheirado, sem poder avançar e sem vontade de recuar.
A resposta mais óbvia para este dilema já lhe ocorrera muitas vezes, contudo nunca funcionou conforme o planejado. Pior para ele que mantinha-se neste estado, pois não estava deitado relaxando ou refletindo, ficava tenso, atormentado com uma idéia fixa sobre aquele corpo maravilhoso que conhecia tão bem e estava tão próximo ao seu, pronto para ser tomado. Por fim decidia-se:
- Levanto, soco uma no banheiro e volto para o leito quente e para mais algumas horas de sono.
Porém, ao chegar no banheiro sua bexiga também demandava suas necessidades, e com o pau meio duro ainda, aliviava-se serenamente. Após isto seu impasse cessava, acendia um cigarro, ia a varanda e passava o resto da manhã a refletir sobre os propósitos de uma ereção.

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